Em termos quantitativos, o Estado ficou em primeiro lugar no Nordeste no ranking relativo á contratação de pessoas do sexo feminino
A pandemia dificultou os avanços na igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, mas, aos poucos, há tabus sendo quebrados no Nordeste e em Pernambuco na geração de empregos. De janeiro a abril, o saldo entre contratações e demissões favoreceu o sexo feminino. Na região nordestina, o saldo mostrou um fato que chama a atenção nestes meses, diferentemente do ano passado: 34.636 homens foram admitidos, porém 53.940 mulheres foram contratadas, quase o dobro. Em Pernambuco, neste mesmo período, houve um saldo de 8.220 mulheres admitidas e 3.057 desligamentos de homens.
O número de contratação de mulheres foi maior que o de homens nos estados de Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe. Pernambuco ficou em primeiro lugar no ranking, seguido pelo Maranhão (5.585) e Rio Grande do Norte (3.792). No ano passado, em janeiro, fevereiro, março e abril, Pernambuco teve um saldo de mais 14 mil mulheres desligadas, um número bem diferente deste ano, o que mostra avanços nas questões de gênero.
“O resultado é fruto de políticas públicas, da visão diferenciada dentro da iniciativa privada no Estado e da dedicação das mulheres, que se desdobram para assumir a renda de casa para ter mais independência e criar os filhos”, disse o secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes. “Pernambuco é o único Estado do Brasil que tem uma pasta estadual para dar suporte às mulheres”, acrescentou Alberes, lembrando que a titular da secretaria é Ana Elisa Sobreira.
Dos 184 municípios pernambucanos, o saldo na admissão de mulheres foi mais positivo que o de homens em 43. As 10 cidades que geraram mais empregos para o sexo feminino foram, respectivamente, Petrolina (1.408), Olinda (809), Garanhuns (556), São José do Belmonte (284), Ipojuca (258), Lagoa Grande (181), Igarassu (86), Cabo de Santo Agostinho (82), Moreno (64) e Afogados da Ingazeira (58).
Em Pernambuco, as mulheres ocuparam postos nas áreas de serviço administrativo, vendedoras do comércio, técnicas de nível médio, profissionais de ciências, entre elas, profissionais das ciências biológicas, saúde e afins. Em Petrolina, que ficou em primeiro lugar no ranking, elas foram mais absorvidas por trabalhos agropecuários. Em Olinda, foram mais admitidas na área de serviços, enquanto, em Garanhuns, as principais oportunidades abriram para vendedoras e prestadoras de serviços de comércio.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados, que analisa apenas os empregos celetistas, intermitentes, e temporários, além de admissões de jovem aprendiz.
Veja os 43 municípios que geraram mais empregos para mulheres por ordem alfabética
Município Saldo de mulheres contratadas Saldo de homens contratados
Abreu e Lima 15 -3
Afogados da Ingazeira 58 21
Agrestina 11 10
Barreiros 43 -167
Bezerros 40 5
Brejo da Madre de Deus 50 23
Cabo 82 -657
Cachoeirinha 9 2
Caetés 9 7
Calçados 2 -3
Carnaíba 3 -4
Catende 13 -11
Dormentes 10 -2
Feira nova 8 -64
Ferreiros 2 -181
Floresta 5 -10
Gameleira 3 -1
Garanhuns 556 245
Igarassu 86 -.1.676
Ipojuca 258 -379
Itambé 26 -55
Itapetim 22 1
Jaqueira 23 -64
João Alfredo 29 16
Jucati 2 -8
Jurema 1 -13
Lagoa Grande 181 109
Moreilândia 1 0
Moreno 64 -407
Olinda 809 753
Orobó 9 8
Petrolina 1.408 1.219
Quipapá 2 1
Riacho das almas 3 -14
São José da Coroa Grande 23 20
São José do Belmonte 284 40
Sertânia 37 -332
Toritama 53 52
Triunfo 19 8
Venturosa 10 9
Vitória de Santo Antão 36 -888
Xexéu 6 -11
Os municípios foram colocados em ordem alfabética