Céu Albuquerque, candidata a vereadora do recife, desafia oposições e enfrenta perseguições na disputa pela câmara municipal do Recife

Primeira candidata intersexo a concorrer a uma eleição no município enfrenta ataques e preconceito, reafirmando seu compromisso com a equidade e a justiça social.

Céu Albuquerque, candidata à vereadora do Recife pelo Partido Verde, está enfrentando desafios significativos em sua candidatura. Como mulher lésbica, intersexo e periférica, Céu se destaca por ser a primeira parlamentar intersexo a concorrer a uma eleição no município, trazendo uma perspectiva única e vital para a pauta LGBTQIAPN+. Sua trajetória de mais de uma década de ativismo, tanto nacional quanto internacional, a tornou uma referência na luta pelos direitos de pessoas intersexo.

Recentemente, Céu tem sido alvo de perseguições e ataques de outros candidatos e grupos dentro da pauta LGBTQIAPN+, que se sentem inseguros e ameaçados pela força e visibilidade da sua candidatura. Em resposta, Céu reafirma sua posição: “Se estou gerando insegurança nos diretórios partidários e em outras candidaturas, isso indica que estou no caminho certo. Há muito tempo, grupos minoritários têm sido alvo de perseguição e descredibilização.

Céu critica a predominância da supremacia branca e heterocisnormativa na sociedade, que frequentemente demonstra desconforto com o avanço de grupos historicamente marginalizados em espaços de poder. Ela observa que, muitas vezes, são os próprios grupos minoritários que perpetuam a exclusão e a desunião, alinhando-se com uma sociedade que favorece a branquitude e a heteronormatividade.

É desonesto e injusto ver minoria se aliando a uma sociedade que acredita que apenas a branquitude elitista deve ocupar esses espaços. A falta de equidade na distribuição de cargos públicos é evidente,” afirma Céu, destacando que o Brasil ainda enfrenta grandes desigualdades étnicas e de gênero. Em Recife, apenas 7 das 39 vagas da câmara municipal são ocupadas por mulheres, o que reforça a necessidade de mais representação.

A ativista relata que, ao longo de sua jornada, enfrentou inúmeros ataques e tentativas de desqualificação, principalmente de grupos e indivíduos que apoiam a mutilação infantil de pessoas intersexo. “Já fui chamada de extremista, louca, e até desejaram minha morte. Esses ataques apenas reforçam que estou no caminho certo. Se estou causando incômodo, é porque mudanças estão acontecendo.

Céu Albuquerque continua firme em sua missão de promover a equidade e os direitos humanos, enfrentando as adversidades com a certeza de que seu trabalho está promovendo a mudança necessária para uma sociedade mais justa e inclusiva.

By Mari Moreira

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